segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

F1 antes e depois

Terra faz análise da evolução dos carros da Fórmula 1 de 1950 até 2010. Foto: AFP


HENRIQUE MORETTI
Dos motores dianteiros de 1950 à atual "barbatana de tubarão"; do "efeito-solo" de 1978 ao difusor duplo polêmico do ano passado; da suspensão ativa imbatível da Williams nos anos 90 à volta dos pneus slick em 2009. Não há dúvidas de que a Fórmula 1 evoluiu muito e passou por diversas transformações desde que Nino Farina foi campeão da primeira temporada da categoria até Jenson Button se consagrar com a Brawn GP na última.
Anos 1950: Como o desenvolvimento da indústria automobilística foi muito prejudicada pela Segunda Guerra Mundial, os carros que inauguraram a Fórmula 1, em 1950, ainda respeitavam os padrões do pré-guerra. Assim, tinha suspensão wishbones (espécie de hastes em forma de A), eixos muito rígidos e motor na parte dianteira. Esta característica se manteve até 1959, quando a Cooper Climax inovou, levando o propulsor para a traseira e conquistando o título com o australiano Jack Brabham.
Anos 1960: O principal destaque da década foi a criação dos carros construídos em 1962 no método monocoque, que permitiu que os pilotos se sentassem de forma mais inclinada no cockpit e não mais em um ângulo de praticamente 90º. Cinco anos depois, chamaram a atenção a utilização do primeiro aerofólio traseiro e o surgimento do motor Ford V8 - entre 1968 e 1981, a marca americana só não participou da conquista de quatro títulos.
Anos 1970: Dois marcos na história da Fórmula 1 vieram nessa período. Em 1977, a Renault inaugurou a era dos motores turbo, que durou até 1988. Enquanto isso, a Lotus se focava no desenvolvimento do efeito-solo, que "grudava" os carros na pista e os ajudava a atingir velocidades altíssimas - esse tipo de monoposto foi proibido em 1982, após a trágica morte do canadense Gilles Villeneuve.
Anos 1980: Em 1989, os motores turbos foram proibidos, ficando apenas os aspirados até os dias atuais. O final dessa década marcou o período de ouro da da McLaren, cujo principal diferencial em relação às rivais não era no campo técnico e sim de capacidade: os pilotos. Juntos, Alain Prost e Ayrton Senna dominaram a competição, só não vencendo sete das 32 corridas organizadas entre 1988 e 1989. Na sequência, contando apenas com o brasileiro, a escuderia ganharia mais dois títulos, completando o tetracampeonato consecutivo.
Anos 1990: Após a grande sequência da McLaren, o domínio da Fórmula 1 foi tomado pela Williams graças à suspensão ativa, controlada por meios eletrônicos, que percebia qualquer imperfeição na pista e adaptava o carro a ela em milésimos de segundo. Com o sistema e também com o controle de tração, a equipe consagrou Nigel Mansell, que ganhou nove das 16 etapas de 1992, e depois fez de Prost tetracampeão mundial. A partir de 1994, esta tecnologia foi banida e voltou o reabastecimento, o que tornou as corridas mais estratégicas: melhor para Ross Brawn, que junto a Michael Schumacher levou a Benneton ao bicampeonato entre os pilotos.
Anos 2000: O domínio de Schumacher foi ampliado com o início da década seguinte. Em 2000, ele quebrou um jejum de títulos da Ferrari que durava desde 1979 novamente contando com o auxílio de Brawn, brilhante estrategista. O alemão não deu chance aos oponentes até 2004, período no qual a equipe italiana ganhou 57 de 85 grandes prêmios. Depois, destaque para o surgimento de Fernando Alonso em uma Renault respaldada pela força da Michelin na guerra de pneus com a Bridgestone e para a Brawn GP: em uma temporada na qual acabaram-se as "asinhas" e retornaram os pneus slick, o time novato superou os gigantes criando o polêmico difusor duplo.
Nesta temporada, a principal mudança foi a proibição do reabastecimento.

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